terça-feira, 6 de setembro de 2011

GRITO DOS EXCLUÍDOS

O Grito das pessoas excluídas está na sua 17ª edição. É uma atividade realizada pelas Pastorais Sociais da Igreja Católica e acontece em todo o País e também em alguns outros países da América Latina.

É uma forma popular e democrática de trazer para as ruas do país no dia 07 de setembro o clamor das populações empobrecidas, o grito de dor de crianças, adolescentes, jovens, mulheres, pessoas negras, pessoas idosas e outras camadas da sociedade que não participaram historicamente e não participam na atualidade dos benefícios de seu próprio trabalho ou de seus ancestrais e dos avanços conquistados na sociedade a partir da tão propalada Independência do País.

O GRITO acontece nesse dia – “Dia da Independência” - como forma de colocar em cheque todo esse processo mentiroso de que nós, povo brasileiro, somos independentes, temos uma pátria (amada) pela qual devemos lutar e venerar, pois todos e todas cidadãos e cidadãs temos os mesmos direitos, gozamos das mesmas oportunidades, temos voz e vez na coordenação do país e desfrutamos das riquezas de nosso país de forma justa. Nada disso é a verdade. Longe estamos dessa realidade. Por isso o GRITO das pessoas excluídas e outras formas de denúncia e mobilização contra essa mentira é urgente e necessário.

O GRITO em 2011 traz como mote principal as catástrofes ambientais, consequência do desequilíbrio causado pelo modelo de produção vigente do sistema capitalista, a miséria e a pobreza, a concentração de riquezas e exploração irresponsável dos recursos naturais. São gritos por cuidado, justiça e dignidade que ecoam mundo a fora. É o grito da Terra nossa única morada a quem emprestamos nossa voz, nossos braços, nosso GRITO. A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR como foco central de todos os GRITOS se impões hoje como nunca. Ou Salvamos o Planeta Terra, ou a vida da raça humana se extinguirá.

O grito da Terra é então o grito de todo o meio ambiente e deve ser de todas as pessoas. Devemos chamar a atenção da sociedade para não acreditar que o aumento do poder aquisitivo signifique garantia de direitos básicos. Segundo dados do último Censo do IBGE, a classe média (domicílios com renda per capita de 1 a 5 salários) não passa de 34, 2% da população (Fonte: Brasil de Fato, nº 427).Os outros 66% estão na linha de miséria e pobreza. Os ‘“grandes projetos”, são prova disso, as comunidades atingidas não participam do processo de discussão sobre a viabilidade social e ambiental destas obras e, ao final, precisam ser remanejadas de seus espaços ancestrais ou então continuam vivendo nestes espaços, mas sofrendo os impactos diretos destes empreendimentos. São vítimas várias vazes dos governantes, das grandes empresas, da politicagem e dos/as políticos/as corruptos/as.

No cenário político o desrespeito aos Direitos também acontece, pois as políticas públicas de atendimento às populações mais empobrecidas e de cuidado com o meio ambiente são muito falhas ou inexistem. Alguns projetos de lei vão à contramão da preservação ambiental, como o que propõe as mudanças no Código Florestal. As obras da Copa do Mundo, por exemplo, irão remanejar, para áreas de alto risco, muitas comunidades atingidas; outras serão escondidas pelos muros da vergonha e não serão, sequer, ouvidas em suas reivindicações.

Não há outra forma de mudar essa situação. O povo na rua gritando por seus direitos, se organizando em suas comunidades para que possamos construir um País melhor e independente.

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